Morreu um Poeta! Foi hoje a sepultar...
Deixo-vos (talvez o último) Improviso que escreveu quatro dias antes da sua partida:
«Improviso (mais um) para pedra tumular...
Se renascesse
repetiria tudo outra vez
e acompanhar-me-ia ao piano
sem partitura
que já me saberia de ouvido
ou de cor
voltaria por exemplo a escrever sonetos
quase perfeitos
para a Deolinda
que virginava entre as capelas da Sé
e para a Sameiro
de quem guardo ainda uma fotografia
naturalista
a preto e branco
e para a Conceição
que me acompanhava sempre em silêncio
ou em latim
se calhar já morreram
ou continuam ainda a ler-me em segredo
já sexuagenárias
se renascesse
repetiria tudo outra vez
e acompanhar-me-ia ao piano
sem partitura
que já me saberia de ouvido
ou de cor
e regressaria sempre
à lenta memória das teclas
e dos dedos
que tocaram todas as palavras.»
19.05.2010
Ademar Ferreira dos Santos
Um dia... reencontrar-nos-emos... e voltaremos a partilhar POESIA!
Até já...
terça-feira, 25 de maio de 2010
segunda-feira, 24 de maio de 2010
(no rescaldo de uma leitura atenta)
Feiticeiro da palavra
disseram um dia
Não! As tuas palavras não nos enfeitiçam.
São mais possantes, armipotentes.
Absorvem-nos.
Alimentam-nos.
disseram um dia
Não! As tuas palavras não nos enfeitiçam.
São mais possantes, armipotentes.
Absorvem-nos.
Alimentam-nos.
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