segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Sophia dizia sobre o poema e a poesia...

"E no quadro sensível do poema vejo para onde vou, reconheço o meu caminho, o meu reino, a minha vida."

Escrita do Poema

a mão traça no branco das paredes
a negrura das letras
há um silêncio grave
a mesa brilha docemente o seu polido

de certa forma
fico alheia

Sophia de Mello Breyner Andresen

apesar de demasiado conhecido (para alguns) é um dos mais belos poemas de Sophia

porque os outros se mascaram mas tu não
porque os outros usam a virtude
para comprar o que não tem perdão
porque os outros têm medo mas tu não
porque os outros são os túmulos caiados
onde germina calada a podridão
porque os outros se calam mas tu não

porque os outros se compram e se vendem
e os seus gestos dão sempre dividendo
porque os outros são hábeis mas tu não

porque os outros vão à sombra dos abrigos
e tu vais de mãos dadas com os perigos
porque os outros calculam mas tu não

domingo, 13 de dezembro de 2009

porta-chaves







Fui, em tempos da universidade, obrigada a estudar grego... Vi-me realmente grega!!!
Mas sempre me fascinou a mitologia greco-latina.

Diz-se que demogorgon era uma espécie de demónio hermafrodita, munido de tentáculos e duas cabeça. Apenas Pessoa , aliás, Álvaro de Campos, se lembraria de tal figura mitológica!

Leiam Demorgogon e façam "associações"...
Demogorgon

Na rua cheia de sol vago há casas paradas e gente que anda.
Uma tristeza cheia de pavor esfria-me.
Pressinto um acontecimento do lado de lá das frontarias e dos movimentos.
Não, não, isso não!
Tudo menos saber o que é o Mistério!
Superfície do Universo, ó Pálpebras Descidas,
Não vos ergais nunca!
O olhar da Verdade Final não deve poder suportar-se!
Deixai-me viver sem saber nada, e morrer sem ir saber nada!
A razão de haver ser, a razão de haver seres, de haver tudo,
Deve trazer uma loucura maior que os espaços
Entre as almas e entre as estrelas.
Não, não, a verdade não! Deixai-me estas casas e esta gente;
Assim mesmo, sem mais nada, estas casas e esta gente...
Que bafo horrível e frio me toca em olhos fechados?
Não os quero abrir de viver! ó Verdade, esquece-te de mim!

Álvaro de Campos

Florbela... sweet Florbela...

Mentiras


Ai quem me dera uma feliz mentira
que fosse uma verdade para mim!

J. DANTAS


Tu julgas que eu não sei que tu me mentes

Quando o teu doce olhar pousa no meu?

Pois julgas que eu não sei o que tu sentes?

Qual a imagem que alberga o peito meu?

Ai, se o sei, meu amor!

Em bem distingo

O bom sonho da feroz realidade...

Não palpita d´amor, um coração

Que anda vogando em ondas de saudade!

Embora mintas bem, não te acredito;

Perpassa nos teus olhos desleais

O gelo do teu peito de granito...

Mas finjo-me enganada, meu encanto,

Que um engano feliz vale bem mais

Que um desengano que nos custa tanto!


Florbela Espanca, in "A Mensageira das Violetas"

porta-chaves em feltro




mais porta-chaves











porta-chaves
















almost tribals




colares bonequitas







alfinetes







algodão e pedras


Colares de madeira
































Pedras e Pérolas




colares de feltro











Desadornos complexos...



O dia mais belo: hoje

A coisa mais fácil: errar

O maior obstáculo: o medo

O maior erro: o abandono

A raiz de todos os males: o egoísmo

A distração mais bela: o trabalho

A pior derrota: o desânimo

Os melhores professores: as crianças

A primeira necessidade: comunicar-se

O que traz felicidade: ser útil aos demais

O pior defeito: o mau humor

A pessoa mais perigosa: a mentirosa

O pior sentimento: o rancor

O presente mais belo: o perdão

O mais imprescindível: o lar

A rota mais rápida: o caminho certo

A sensação mais agradável: a paz interior

A maior proteção efetiva: o sorriso

O maior remédio: o otimismo

A maior satisfação: o dever cumprido

A força mais poderosa do mundo: a fé

As pessoas mais necessárias: os pais

A mais bela de todas as coisas: O AMOR


Madre Teresa de Calcutá

sábado, 18 de abril de 2009

A Minha Felicidade



Depois de estar cansado de procurar
aprendi a encontrar.
Depois de um vento me ter feito frente
navego com todos os ventos.

Friedrich Nietzsche, in "A Gaia Ciência"

A Sinceridade Habitual não Passa de uma Máscara

Toda a acção é necessariamente mal conhecida. Para que não expressemos contradições de momento a momento, precisamos de uma máscara - como acontece se quisermos ser sedutores. Mas é preferível conviver com os que mentem conscientemente, porque esses também sabem ser verdadeiros conscientemente. Porque, a sinceridade habitual não passa de uma máscara, da qual não temos consciência.

Friedrich Nietzsche, in "A Vontade de Poder"

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Algumas verdades maquilham-se
são uma espécie de semi-verdades
ou de meias mentiras
há verdades insanas, dementes de certezas
e há verdades que escondes, mas que às vezes tropeçam em ti
haverá verdades unas, exactas, impecáveis, perfeitas?
na verdade, todas as verdades dependem de ti.

Ligações no infinito que auspiciam um futuro com condicional

Ouvir sem augurar
Opinar sem anular
Apoiar sem decidir
Elogiar sem venerar
Abraçar sem asfixiar
Abeirar sem invadir
Proteger sem mentir
Aceitar sem mudar
Se aceitares
Ter-me-ás

domingo, 1 de março de 2009





O que vai na alma


Quando os pontos que parecem estar a cicatrizar uma ferida
se abrem e sangram
a tristeza acumulada
transforma-se em raiva
mas, sem artifícios, desnudas a tua alma
rasgas o céu
e o teu sorriso acalma-me e enternece-me
ficas do meu lado.
Aí, redescubro uma nova linguagem
(a do amor autêntico!)

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Estou a preparar novas peças de artesanato. Já estava a relaxar demais!!!

sábado, 24 de janeiro de 2009

Aproveito os interstícios


não me dói que as coisas passem
à medida que vão passando
pequenos interstícios acontecem
e é durante os mesmos que me repenso
e que ajo
não existe uma busca de um bem maior, definitivo
nada é eternal
mas cada instante, cada segundo, é Vida
que acontece, que flui em brumas que já nada tapam
e são agora luminosas.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

(Re)nascer (just for you and me)

Um Homem tem de estar preparado para se queimar na sua própria chama: como se pode renovar sem primeiro se transformar em cinzas?

in Assim falava Zaratustra

Passado, PRESENTE, Futuro


Quando me olho ao espelho
abstraio-me da possível eternidade,
da ânsia da perpetuidade.
Nas imagens passadas já não me revejo (nas menos boas!).
Muitas vezes tentava visitar o futuro
Agora desisti.
Quero desprender e desaprender esse hábito
falo no presente
começo a sorrir porque aconteceu

Muito giro!!! A Língua Portuguesa é tão subjectiva e rica!!!